Filósofos e pensadores contra as mulheres

“Ninguém admite o antifeminismo. Ninguém diz: “sou um misógino”, escreve Bloch.[1] Esse discurso é uma fala autorizada e que autoriza; remete às autoridades sacras e/ou de intelectuais de renome. Muitas vezes, trata-se de uma retórica intelectualizada e pretensamente científica, mas que, a despeito das melhores intenções, revela um pensamento e comportamento que concebe as mulheres como seres humanos inferiores, incapazes até mesmo de filosofar.

Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865)

É um paradoxo que encontremos exemplos de misoginia entre os filósofos e pensadores considerados pilares da cultura ocidental civilizada. Proudhon nega às mulheres os direitos de cidadania política plena. Por concebê-las como inferiores aos homens, ele imagina uma fórmula aritmética, pseudocientífica e justa, que determine o valor e a grau de representação política do sexo feminino:

“Idéias desconexas, raciocínios ilógicos, ilusões tomadas por realidade, analogias vazias transformadas em princípios, uma disposição de espírito fatalmente inclinada à destruição: esta é a inteligência da mulher (…). E uma vez que, no que concerne à vida econômica, política e social, o corpo e a mente trabalham juntos, cada um multiplicando o efeito do outro, então o valor físico e intelectual do homem comparado ao a mulher atinge uma proporção de 3 x 3 para 2 x 2, ou de 9 para 4. Sem dúvida, se a mulher contribuir para a ordem e a prosperidade social no grau que lhe corresponde, é justo que sua voz seja ouvida; mas que na assembléia geral o voto do homem conte por 9 e a mulher por 4; isto é decidido pela aritmética quanto pela justiça”.[2]

A mulher é concebida como inferior e parece justo que seus direitos políticos sejam limitados. Na filosofia moral proudhoniana a mulher tem valor intelectual menor. Para Proudhon: “Ela não generaliza de modo algum, não sintetiza. Sua mente é antimetafísica”. Ele é taxativo: “A mulher não filosofa”.[3]

Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831)

O fundador do anarquismo moderno tem a companhia de outros filósofos ilustres como Hegel. Para o filósofo alemão: “As mulheres são passíveis de educação, mas não são feitas para atividades que demandam uma faculdade universal, tais como as ciências mais avançadas, a filosofia e certas formas de produção artística. As mulheres podem ter idéias felizes, gosto e elegância, mas não podem atingir o ideal”.[4]

Michelet, contemporâneo de Proudhon, desenvolve preconceito análogo ao afirmar que a mulher “é produtiva pela sua influência sobre o homem, tanto no ideal como no real. Mas o seu pensamento raramente atinge uma realidade sólida; e é por isso que ela tem criado tão pouco”.[5]

Cesare Lombroso (1835-1909)

Cesare Lombroso, famoso criminalista, arremata com um argumento científico sobre a suposta inabilidade da mulher para filosofar. Segundo tão proeminente cientista:

“Encontra-se outra prova da inferioridade da mente feminina em seu poder inferior de abstração, e em seu grande preciosismo. A inteligência da mulher é vista como deficiente no que concerne à forma mais alta de evolução mental, a faculdade de síntese e de abstração; em contraste, ela se distingue pela sutileza de análise e percepção clara dos detalhes”.[6]

Na filosofia, a naturalização da inferioridade feminina é tão antiga quanto a obra de Aristóteles![7] Schopenhauer, por exemplo, apresenta um sofisticado argumento atinente à seleção natural:

Arthur Schopenhauer (1788-1860)

“Pois assim como a natureza equipou o leão com garras e dentes, o elefante com presas, o javali com colmilhos, o touro com chifres e a siba com tinta, do mesmo modo equipou a mulher com o poder da dissimulação como seu meio de ataque e defesa, e transformou nesse dom toda a força que conferiu ao homem na forma de força física e poder de raciocínio. A dissimulação portanto é inata nela (…). Fazer uso disso a cada oportunidade é tão natural para ela como o é para um animal empregar seu meio de defesa sempre que é atacado (…). Uma mulher inteiramente confiável que não pratica a dissimulação é talvez uma impossibilidade”.

Para Schopenhauer: “Como o sexo mais frágil, elas são levadas a se fiar não só na força como na astúcia; daí sua sutileza instintiva, e sua tendência incorrigível a contar mentiras”. [8] Se a mulher é, por natureza, dissimulada, isto é, fingida, astuta, ardilosa, mentirosa, etc., ela é incapaz de atingir a verdade filosófica. Explica-se, assim, sua incapacidadede filosofar.

Friedrich Nietzsche (1844-1900)

Nietzsche, não deixa dúvidas:

“O que é a verdade para uma mulher? Desde o início, nada foi mais alheio, repugnante e hostil à mulher do que a verdade – sua grande arte é a mentira, sua preocupação máxima é a mera aparência e beleza. Confessemos nós, homens: reverenciamos e amamos precisamente esta arte e este instinto na mulher”.[9]

Estes filósofos e pensadores representam a civilização ocidental e, indubitavelmente, deram uma contribuição importante à evolução cultural. Claro, pode-se argumentar que suas idéias misóginas nada mais são do que a expressão da época. Não obstante, é lícito observar que se tais idéias expressam as idéias dominantes do seu tempo histórico, era possível pensar diferente. Talvez hoje seja considerado arrogância e estupidez imaginar que a filosofia e outras áreas do pensamento sejam naturalmente destinadas aos homens – ou será que ainda há quem duvide da capacidade das mulheres?!

De qualquer forma, como homens considerados tão inteligentes foram capazes de argumentos tão absurdos, ainda que sob a auréola da filosofia? Como é possível que tenham encontrado crédulos e seguidores? O problema é que, para além da filosofia e dos filósofos, para além das teorias e da ciência, dos teóricos e dos cientistas em geral, ainda há quem acredite piamente que a mulher é inferior ao homem e que lhe deve obediência. Então, já não é da filosofia e teorias que se trata, mas de mulheres e homens de carne e osso; mulheres reais, na vida real, vítimas da misoginia.

* Agradeço ao Josimar Priori pela indicação deste vídeo, relacionado com o tema do post.

 


[1] BLOCH, R. Howard. Misoginia medieval e a invenção do amor romântico ocidental. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995, p. 64.

[2] PROUDHON, P.J. De la Justice dans la Révolution et dans l’église. Paris: Garnier Frères, 1858, 3 vols., p.348, 361; apud BLOCH, p.87.

[3] Idem, p. 356, 357, 358, apud BLOCH, p. 37.

[4] HEGEL, A Filosofia do Direito, apud BLOCH, p. 37.

[5] Jules Michelet, Woman (trad. John W. Palmer), Nova Iorque: Charleton, 1866, p.202; apud BLOCH, p. 37.

[6] Lombroso, Cesare. La Femme criminelle et la prostituée. Paris: Félix Alcan, 1896, p.180; apud BLOCH, p.37.

[7] Ver A Política, de Aristóteles, disponível em https://antoniozai.wordpress.com/2009/04/22/a-politica-de-aristoteles/

[8] Ver: Essays and Aphorisms, trad. R. J. Hollingdale, Harmondsworth: Penguin, 1970, p. 83; “Ensaio sobre a mulher”, de Schopenhauer, in Parerga und Paralipomena; e H. R. Hays, The Dangerous Sex: the Myth of Feminine Evil, Nova Iorque: G.P. Putnan’s Sons, 1964, p. 209; apud Bloch, p.31 e 48.

[9] NIETZSCHE, F. Beyond Good and Evil, trad. Walter Kaufmann, Nova Iorque: Vintage Books, 1966, p.163; apud BLOCH, p. 31.

40 comentários sobre “Filósofos e pensadores contra as mulheres

  1. Engraçado que nos comentários a galera se ateve em atacar os filósofos.

    Não passa pela cabeça de vocês que eles poderiam(e creio que estão) estarem certos? Acha que só porque a sociedade marqueteira e hipócrita evoluiu muda alguma idéia filosófica sobre o sexo feminino?

    Eu prefiro acreditar neles, do que na propagando da “Avon”.

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  2. Equacionando tudo: o homem não presta, ele é um brucutu, um estúpido, um estuprador, um machista,
    um preconceituoso, um racista, um misógino e por isso é lícito atacá-lo, humilhá-lo, inferioriza-lo até
    mesmo usá-lo para descarregar suas desgraças pessoais.
    A mulher…uma deusa de beleza, bondade e virtudes.
    E…o homem não pode reagir…feras jurássicas não tem esse direito.

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  3. O ser criado por Deus à Sua Imagem e Semelhança só torna-se manifesto ao mundo na união de suas duas partes distintas(macho e fêmea).
    Estes “seres” incompletos não representam à todos os “machos” da humanidade. Eles se consideram tão especiais e superiores. Por acaso esqueceram que foram formados no útero de uma mulher? É como disseram a Saulo de Tarso convertido a Cristo e rebatizado como Paulo:”As muitas letras lhe fazem delirar” ? Ou como em outro ponto também diz:”Inculcando-se por sábios tornaram-se loucos. Pois, Deus tornou LOUCURA a sabedoria desse mundo”.
    Opinião minha, agora: “Homem de verdade JAMAIS fala mal das mulheres”. Se fala, NÃO É e nunca vai ser um Homem.

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  4. Olhem o que o advogado Roberto Cavalcanti, em seu site “Catolicismo e Conservadorismo” afirma sobre a mulher: “Pois o espírito feminino é passivo por natureza, mais inclinado ao sentimento do que à reflexão crítica, que demanda uma postura mais agressiva. Igualmente, menos suscetível à obediência e à hierarquia e, não resta dúvida, moralmente inferior ao espírito masculino. Pode-se dizer, enfim, que a mulher é mais inclinada ao mal que o homem. Isso explica em parte todo este processo.” Este homem que afirma uma insanidade dessas vive atualmente e destila essas pérolas filosóficas na atualidade, sociedade pós-moderna, pleno século XXI. Pasmem, vão até lá, leiam na íntegra o artigo: “A puta que virou santa”, e poderão constatar o que digo.

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  5. Pasmem, existem muitos “pensadores” que comungam dessas mesmas ideias de inferioridade feminina. Leio muito sobre o assunto, e em vários sites e blogs masculinistas e de conservadores “religiosos”, essas ideias são “fichinha”. Procurem no google um artigo publicado no site “Catolicismo & Conservadorismo”, intitulado “A puta que virou santa”, a puta no caso é Elisa Samúdio, e verão com seus próprios olhos o que custei a acreditar. Gostaria que o autor deste texto pudesse lê-lo e apresentar suas reflexões e análises a respeito do que leva um ser, que se diz intelecutual, advogado e atuante na mídia, escrever um texto tão preconceituoso e eivado de ódio e repulsa à figura feminina, como aquela “pérola”. Parabéns, Antônio Ozai!

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  6. Sou estudante de filosofia. Os grandes filósofos discutidos e seguidos pelos meus professores, são todos esses mencionados no texto e mais alguns. Pouco nos importa a visão que os grandes filósofos tinham e têm sobre as mulheres.

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  7. Essa visão filosófica foi datável. Mas, ainda hoje o mundo acadêmico e intelectual da filosofia, pertence, em sua maior parte, a pesquisadores, professores e estudantes do gênero masculino. Força física, pênis rígido, produção de espermatozoide, religião e grande predisposição para libido e para disputas por território torna o homem o que ele ainda representa, e talvez nunca deixará de representar.

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    • É aí que vossa pessoa se equivoca. Mulheres são hoje maioria nas Universidades do Brasil. E por mais que abaixo do seu focinho possa parecer que homens são a produção científica mundial, saiba que as mulheres são parte extremamente participante de pesquisas e produções acadêmicas e científicas.
      Não há nenhum argumento válido que sustente que homens possuem uma predisposição maior para realizar tarefas intelectuais melhor do que mulheres, vocês só possuem menos obstáculos mesmo.
      Mas tudo bem, vá atrás de conquistar o seu espaço que eu vou atrás do meu, só não se desaponte quando ver que não é tão melhor assim como pensou que fosse.
      Enfim, talvez o seu pênis rígido, a sua força física e sua libido possam ajudar, já que esses atributos são tão importantes pra homens, levando em consideração que precisam sempre citá-los como forma de se sentirem superiores. Tenho pena.

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      • mulheres não são intelectualmente inferiores, são apenas sensíveis, algo prejudicial em qualquer ambientes onde a dura verdade deve prevalecer

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  8. Acredito que existe um erro quanta as categorias sexuais do feminino e as antropologicas, mais gerais, da mulher. A mulher inclui o feminino, e quando estes filosofos erraram creio que o fora em confundir a propria masculinadade com o fato de ser homem masculino. O homem masculino, em sua sexualidade, parece errar na filosofia e nas ideias taoquando a mulher feminina.

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  9. “Clarissa Pinkola Estés, em seu livro Mulheres que Correm com os Lobos traz notícias de uma mulher amanda, reconhecida como inteira em si mesma. Livre para existir. Essa mulher possuía todos os atributos de uma deusa. Era humana e ao mesmo tempo divina e havia algo de selvagem em seus olhos que nenhuma civilização ou religião poderiam domar. Por isso mesmo, essa mulher foi temida e, por ser temida, foi reprimida e banida do convívio dos demais. Ela foi queimada nas fogueiras da ignorância, amordaçada nas malhas da censura, presa nas correntes da indiferença. Mas essa mulher faz parte da natureza. Embora só existam resquícios de sua complitude, ela está no fundo da alma de todos, homens e mulheres que sentem um profundo sentimento de vazio e solidão em suas vidas. Eles escutam o chamado que vem dos ossos, das profundezas da carne. O chamado da mulher selvagem, há muito reprimida, há muito massacrada mas de nenhuma forma esquecida.”
    Fonte: http://pt.shvoong.com/books/489353-mulheres-que-correm-com-os/#ixzz1TXaRHyiQ

    Através de inúmeras manifestações, a cultura do patriarcado buscou o aniquilamento desta mulher plena. E estes filósofos misóginos foram apenas alguns dos que, por temerem esta mulher, tentaram aprisioná-la. Quanto ao teor dos postulados destes autores, me leva a concluir que cada um deles teve a mulher que mereceu.

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  10. O senhor Jeferson surge de novo com as suas idéias religiosas e acusando uma pessoa – logicamente a mulher – de não ter moral para discutir o assunto em questão!
    Será que esta posição intolerante do senhor Jeferson não é uma contradição cristã?
    Ora, Cristo era acompanhado permanentemente de mulheres. Alguns historiadores atestam que ela era casado com Maria Madalena, que para mim não abalaria em nada a sua conduta.
    Mais a mais, será que nunca aconteceram divórcios entre casamentos cristãos?
    Padres jamais deixaram a batina?
    Pastores não se separaram de suas esposas?
    A Eva não foi culpada, senhor Jeferson, porque o homem comeu do fruto da árvore do bem e do mal, por favor!
    A coitada foi seduzida pelo belzebu, travestido de cobra, que Deus permitiu que assim ele agisse.
    Foi uma traição com a recente criação divina, colocando este mito conforme o seu entendimento, senhor Jeferson, porque eu não acredito que o homem tenha surgido desta forma criacionista.
    Muita ingenuidade imaginar que assim tenha sido criado o ser humano, no meu modo de ver, e tenho todo o direito de externar o meu pensamento, e sem ser herege!
    Acredito no evolucionismo, no big bang, na ciência, como creio que a mulher tenha sido inferiorizada pelas religiões ao longo dos séculos.
    Muito mais pelos representantes de Deus que filósofos ao longo da história, a começar que foi colocada culpa na Eva pela expulsão do casal de humanos no Paraíso.
    E, o demônio, que fim levou pela sua dissimulação? Por ter sido o mentor intelectual desta “ofensa” a Deus?
    Não aconteceu nada ao maligno! O safado continuou a habitar o Éden e, pior, com autoridade e capacidade de nos atazanar a vida!
    E, ainda por cima, pagamos o pato pela sua maldade e desavença que mantém com Deus?
    Quer dizer, a corda rebenta mesmo no lado mais fraco, pois o capeta é simplesmente incontrolável pelo seu próprio criador?
    Com os humanos Ele volta e meia nos aniquilava e com o diabo o Senhor é condescendente?
    Ora, senhor Jeferson, a história relata os abusos cometidos contra as mulheres e a Bíblia está repleta de situações que as acusam de seres inferiores ao homem.
    Lamento que a discussão que estamos travando desde quando foi colocada a Misoginia para comentários, o senhor insista no aspecto religioso da questão, quando na verdade se trata do relacionamento do homem e das mulher que nunca foi justo, jamais foi honesto e, em nenhum momento, nós, homens, as consideramos como igual!
    Eu não precisaria dizer isso, mas sou casado há 41 anos com a mesma mulher; temos três filhos formados e duas netas.
    Não fosse eu agir com respeito e tratá-la da mesma forma que ela me considera, e nosso casamento já teria se rompido, com razão.
    Ela não me deve submissão e eu não lhe devo obediência!
    Precisamos viver com amor, sim, mas não significa subserviência de quem quer que seja.
    Claro, o bem comum prepondera, não se toma atitude alguma que a outra parte não concorde, mesmo não gostando, pois às vezes é necessário.
    Agora, ai de mim, se não visse na minha mulher um outro ser humano pensante, que devo respeito, que devo pedir “por favor”, que preciso entender suas indisposições e compreender seus desejos e anseios.
    O mais interessante é pensar que ela é incapaz e inferior ao homem e a que a este deve submissão, e propagar que ela É IMPORTANTE À FORMAÇÃO DOS FILHOS ficando em casa, cuidando deles!
    Credo, que contradição!
    Tanto os guris quanto as gurias vão sair como às mães, influenciados pela sua educação, forma de vida e pensar (que para os homens a mulher não pensa!).
    Bom, se ela, a mulher, é assim admitida pelos homens, por que deixar a educação dos filhos ao seu encargo?
    Não seria uma temeridade?
    Aliás, eu vejo esta discussão como uma das mais importantes demonstrações da inteligência da mulher, pelo fato que é o homem quem está discutindo quem ela é, sem chegar à conclusão que seja aceita por todos, vamos e venhamos.
    No entanto, elas não debatem sobre o quê é o homem, certamente porque sabem que não temos nada para ser comentado, basta que pensemos que somos seus donos, amos e senhores.

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    • Critiquei a senhora, pois ela já cansou de mostrar publicamente a adúltera que é ao posar nua em revistas pornográficas.
      Só falei o óbvio.
      Você não compreende nada caro Francisco porque você não tem infelizmente Jesus como seu caminho. você somente segue seu orgulho e sua moral, dessa forma não é possível ter uma relação com Deus.
      Vou orar por ti!

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      • Senhor Jeferson, a minha relação com Deus se dá através do ser humano. Quanto mais eu valorizá-lo (homens e mulheres) eu vou estar enaltecendo o Todo Poderoso.
        Eu não entendo é desqualificar o próximo em nome de uma suposta “salvação”, pois se somos feitos à imagem e semelhança de Deus, na razão direta que eu tratar bem as outras pessoas, eu estarei louvando ao Criador, a sua própria obra.
        Não entendo e não aceito esta divisão entre seres humanos no que diz respeito aqueles que se dizem seguidores de Cristo e os que não precisam divulgar as suas crenças. Ninguém é superior a ninguém, todos nós somos falhos e pecadores. Não fosse assim, Deus não nos teria feito com tantos defeitos, portanto, que Lhe seja atribuído a sua responsabilidade devida pelos seres humanos apresentarem erros de “fabricação”.
        Considero injusto agora, que homens e mulheres busquem a perfeição, de modo a encontrá-Lo e voltarem a morar no Paraíso.
        No mínimo Deus está sendo cruel, para não dizer sádico.
        E, se Ele me deu inteligência – grande, pequena, admirável, não importa -, eu tenho que questionar tudo ao meu redor; preciso encontrar as razões que me levam a pensar, entender, odiar, amar, aceitar, detestar e, até mesmo, discordar Dele, sem Lhe faltar com respeito.
        Eu não tenho o direito de acusar quem quer que seja, então, muito menos tenho condições de afirmar se esta ou aquela pessoa está afastada de Deus, haja vista que sou tão insignificante – ou mais – que aquela que estou rotulando, pois ela se mostra corajosa, enquanto que eu me deixo submergir pelo medo e receio de punição eterna.
        Quanto ao meu orgulho e moral, que bom que eu os tenho ainda, e vou fazer de tudo para mantê-los.
        Considero essas qualidades fundamentais na elaboração da personalidade, do caráter, e não irei abandoná-los por doutrinas religiosas que também não me dizem a verdade, que não conhecem a verdade, que não sabem o que é a verdade, apenas imaginam tê-la consigo.
        Sou muito mais partidário do ateísmo que valoriza o ser humano que um crente em Deus que abandona o seu próximo, que não lhe estende a mão.
        Isso não pode ter partido de Deus, querer que exista esta diferença entre seus filhos, entre irmãos. Por isso que homem e mulher devem ser iguais, sem distinção, sem submissão, mas contribuindo para que os parceiros busquem a felicidade, a paz e a harmonia.
        Desta forma o CASAL encontrará a Deus, e não diferentemente, ou seja, na divisão, na separação, na inferioridade, na sujeição.
        Obrigado por rezar por mim, senhor Jeferson, eu preciso de mais luz para aprofundar mais ainda meus pensamentos com relação ao ser humano, pois Dele eu não preciso saber nada, pois Ele sabe tudo de mim, inclusive se eu digo a verdade para mim mesmo, e não aquela que as pessoas querem ouvir.

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    • Acho que você está cometendo um erro no seu relacionamento caro Francisco, você tem relação com sua esposa pois fala, ouve, tem relação direta com ela.
      Para você ter uma relação com Deus, é necessário falar com ele meu caro.
      Para isso existe a oração.

      Se você é Ateu, não pode considerar nada e nem discordar de nada sobre Deus, pois você ignora sua existência. Isso é básico caro Francisco.
      Se você é Ateu, Deus não tem parte em sua vida, logo você não precisa se preocupar com isso.

      Se você é Ateu, não pode falar de uma relação com Deus, pois nunca tentou se relacionar com ele.

      Suas palavras parecem um desabafo, já tentou usar essa sinceridade que você diz ter na sua vida diária e descobrir se Deus pode agir em sua vida?

      Só saberá se tentar, caso contrário, sua sabedoria se baseará apenas na influência humana em sua vida, limitada, ao contrário a sabedoria divina é ilimitada!

      Não vou entrar no quesito livre arbítrio contigo, pois como você é Ateu não vem ao caso.

      Saudações!

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      • O senhor Jeferson não lê integralmente os comentários, razão pela qual conclui erradamente.
        EU NÃO SOU ATEU, disse isso na minha primeira manifestação.
        Só não acredito nas religiões, qualquer uma, mas acredito em Deus.
        Mais a mais o assunto se desviou do seu objetivo, as mulheres.
        Portanto, feito esta correção, senhor Jeferson, acredito que agora suas conclusões possam ser devidamente mencionadas.

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    • Prof. Ozaí, não sei se percebeu mas está ocorrendo um erro na forma de resposta a um post anterior, no caso do meu bate papo com o Francisco está uma bagunça, rs.

      Caro Francisco, legal você ter dito claramente que não é Ateu, também não sou religioso.
      Mas, a comunhão entre os irmãos em Cristo é necessária, concorda?
      Jesus Cristo ia até o “templo”, para orar também.
      Mas, uma religião é feita de pessoas, então não espere para frequentar uma determinada religião, encontrar pessoas santas lá, que isso nunca irá acontecer.

      Eu vou a determinado tempo e acompanho determinados pastores e padres, não pela sua posição religiosa e sim pelos seus princípios e suas posições perante o que diz os ensinamentos de nosso senhor Jesus Cristo.

      O que o senhor pensa ser uma submissão suja, entre homem e mulher, nada mais é que um sacrifício mútuo em determinadas situações para se manter o equilíbrio nessa relação.
      Deus deixa bem claro a maior responsabilidade da família ao homem, ele é o provedor, a mulher não tem essa responsabilidade, mas nada a impede de ajudar.

      Se você diz ser Teísta, mas não crê na Bíblia e nos ensinamentos de Cristo, tem algo errado na ordem das suas idéias. Acredito que deva fazer uma avaliação melhor em relação a isso.

      É evidente que existem trabalhos que se encaixam melhor para homens e outros para mulheres, essa estória de igualdade total não existe, é apenas ideologia para gerar discórdia.

      Saudações!

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  11. Gostei da lista do post, não há nenhum filósofo Cristão de verdade nela!!

    Quanto ao vídeo e a mensagem de genesis, a culpa foi da mulher, logo teve o seu castigo, mas o psicanalista esqueceu de mencionar que Deus também castigou ao homem, lhe obrigando a trabalhar para conseguir seu sustento.

    Detalhe, a atriz em questão é um exemplo não? Troca de homem como se troca de roupa, não tem moral alguma para essa discussão.

    Saudações!

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  12. claro que a posição destes autores reflete a época em viveram, o que para nós hoje parece um absurdo já foi algo bem aceito pela sociedade, e como uma coisa puxa a outra, essa discussão me fez lembrar o caso da homofobia, onde vemos grupos evangélicos com discurssos vazios a respeito do tema, sendo que os mesmos não percebem que o desenrolar dos acontecimentos fatalmente os colocará na história na mesma posição destes autores quanto a misoginia, a grande diferença é que estes evangélicos estão longe de terem a capacidade dos filósofos.

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  13. Postagem excelente e informativa, tanto pela escolha dos autores quanto pelos comentarios oportunos. Quanto ao video, nao acrescenta nada – esperava-se pelo menos uma discussao dessa lista de inépcias de ilustres autorias.
    Mas lendo as asserçoes acerca das mulheres, muitas delas me remetiam a argumentos raciais ou escravagistas do século XIX ou anteriores, e talvez ainda em circulaçao por ai.
    Como a mulher, os indios da América recém-descoberta nao tinham alma nem discernimento; como a mulher os escravos negros eram dissimulados, falsos, incapazes de nobreza moral; como a mulher, os mestiços de todas as nuances eram incapazes de elevaçao intelectual (e isso no pais de Machado de Assis, Lima Barreto, Mario de Andrade… e tantos outros).
    Talvez a logica cruel de uma ciência formulada para justificar situaçoes de opressao tao antiga que se torna uma segunda – ou uma primeira – “natureza” nao esteja ainda totalmente erradicada, mas sem duvida, como você diz no começo, pelo menos ninguém mais pode se gabar de acreditar nisso.
    abraço,

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  14. Foi o Arthur morrer e praticamente nascer o Friedrich. São 56 anos de diferença do nascimento de um e de outro, sendo que Schopenhauer influenciou o pensamento de Nietzsche de forma consistente.
    Avaliar seus conceitos sobre as mulheres com base nos moldes atuais, eu não consideraria adequado, haja vista o grande lapso de tempo transcorrido e as mudanças que as sociedades no mundo sofreram.
    As mulheres naquela época eram segregadas, sem voz ativa para nada, praticamente existiam para a procriação.
    Não havia outras formas de elas subsistirem não fosse a dissimulação, enganar, mentir, ter prazer onde sentiam asco, aceitar o domínio do homem sob pena de serem espancadas, enfim, eu, modesta e humildemente, entendo que diante do próprio comportamento da mulher – que era um mecanismo de defesa que desenvolveram para sobreviver em ambientes onde eram consideradas seres inferiores -, esses dois extraordinários filósofos só podiam ter chegado às conclusões que alcançaram sobre elas que era falso, pois falso era também o comportamento da mulher para poder sobreviver.
    E a mulher não se notabilizava em áreas onde o homem atuava e com desenvoltura, justamente a do pensamento, filosofia, sociologia, religião, pois não podiam, não lhes era permitido.
    Ora, se eles estavam em busca de verdades, de explicações que descortinassem suas visões para horizontes mais amplos, a mulher sintetizava justamente o que eles abominavam, rejeitavam, mas não à mulher propriamente dita.
    Evidente que eu não tenho condições, professor, de estar defendendo ambos pensadores, nem me atreveria a isso, mas precisamos entendê-los com relação à época que viveram.
    Lembro-me bem da década de cinquenta, onde as mlheres eram educadas para o casamento, poucas trabalhavam fora, e profissionais liberais uma raridade.
    A função básica e precípua da mulher era ser secretária, e a sua habilidade era demonstrada na datilografia!
    Eu estou falando de sessenta anos atrás, imagina quase duzentos!
    Certamente esses homens que pensavam ser a mulher um ser astuto, também concordavam que era a forma como tinham para se defender, e admito esta observação como elogio e não misoginia.
    Por outro lado, se em seus estudos Nietzsche desenvolvia seus pensamentos sobre a subjetividade (niilismo), paradoxalmente era a mulher que encarnava as qualidades que ele não via no homem.
    “Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmo somos desconhecidos.”
    Se eles pensavam assim sobre eles mesmos, evidentemente que a mulher dos séculos XVIII e XIXera vista ao contrário, ou seja, elas são mentirosas, astutas, dissimuladas, ardilosas…portanto, conhecidas!
    No meu modo de ver eles compreendiam que a mulher fosse assim, não havia outro jeito de elas merecerem a atenção do homem.
    Sem querer fazer graça com o ditado popular, mas enaltecê-lo, acredito que, “me engana que eu gosto”, teve as suas origens a partir desta dissimulação que todos sabiam que as mulheres dela se utilizavam para agradar, e os homens eram enganados conscientes disso, mas residia nesta ilusão -como de resto até hoje – o momento que homem e mulher combinavam e se aceitavam, que deixavam de lado as suas diferenças.
    Se restava a mulher olhar o homem de frente e demonstrar satisfação com trejeitos, que ela fizesse isso, então, pois o homem que não conhecia nem a si mesmo não seria capaz de entender que ela fingia, enganava, mentia, como algumas mulheres fazem isso hoje em dia, na razão direta que o homem ainda não se conhece.
    Se não havia a certeza para o homem que a mulher o aceitava e dizia amá-lo – evidente que os sentimentos autênticos existiam -, pelo menos ele vivia na dúvida, melhor do que ser rejeitado por aquele ser inferior, que não pensa, que é frágil.
    E se somos a vontade de nossas representações, agimos de acordo por aspiração e paixão, de forma infinita, em busca de realizações sem fim e, a mulher, é uma dessas conquistas. Todavia, alguns davam com seus burros n’água, quando constatavam que a mulher não era tão sujeita às determinações de suas vontades e intenções.
    Eu sou um defensor das mulheres, meus comentários (!) nos assuntos que o senhor tão bem escolhe atestam o que eu digo.
    Mas entendo que esses dois homens, extraordinários filósofos, não eram misóginos. Apenas sabiam a forma como a mulher se defendia e reagia aos ímpetos masculinos, e concordavam com essas atitudes, portanto, admitiram este mecanismo de defesa.
    E quem pode dizer que, ao conceituá-las desta forma, não é o homem que se defende da inteligência sutil da mulher?
    Qualidade inata que os filósofos perceberam e quiseram desqualificá-la para não perderem seu status de pensadores?

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  15. Os posicionamentos e ideias são datados. Hoje é muito fácil criticar a misoginia, ou ser favorável ao casamento gay, mas na época em que eles autores viveram era NORMALMENTE ACEITO depreciar as mulheres, fazer chacota dos homossexuais, contar piada de judeu, etc. Tenho dúvida se é um avanço os machistas criticarem o machismo e a misoginia dos filósofos, mas será eles REALMENTE superaram esta patologia ou deliquência? A ignorância daquela época ainda está presente HOJE, com outros disfasces e DIREÇÃO. O problema é que a ignorância tem ponto-cego e ponto-surdo, isto é, O IGNORANTE EM RELAÇÃO AO VALOR DA MULHER NÃO CONSEGUE VER SUA FALHA OU FAZER AUTOCRITICA. Principalmente na universidade, com tantos exemplos de MULHERES inteligentes e avançadas no modo de pensar e até fazer a universidade é que NÓS HOMENS FOMOS FORÇADOS A REPENSAR NOSSO MAACHISMO. Mas, isto é recente. Ainda existe chacotas sobre as mulheres, desde de com garantia de não ser queimado no meio academico. Todavia, existem outras deliquências – inclusive a deliquencia academica – de discriminar ou estigmatizar SUTILMENTE colegas (mulheres e homens) em nome de uma posição ideologica ou politica supostamente pura ou correta. Que dizer de gente que critica o machismo aqui e aplaude a discriminação das mulheres no Iran, Afeganistão, India, entre outros países? E as mulheres queimadas com ácido no rosto no Paquistão? (ver no You Tube). Esta discriminação entre NÓS, mesmo numa universidade democrpatica, ainda é inquisitorial, com o fogo da fogueira simbólica visivel no campus. É DE SE LAMENTAR E LUTAR CONTRA TODA FORMA DE ESTIGMA E EXCLUSÃO. Raymundo.

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  16. Postagem excelente, como sempre, aliás. O vídeo que o Josimar enviou fecha com bom humor e me remete à frase de Bloch, na abertura da postagem. Pessoalmente, em experiência recente – uma reunião de condomínio – tive a triste oportunidade de confirmar (através da reação de um vizinho, professor universitário, em relação ao argumento de outra vizinha – reação que foi acompanhada de risos de alguns outros senhores presentes, para meu desgosto) a magistral frase de Edgar Morin em “O X da questão”: “a autocrítica varre… mas não esteriliza!”. Bom domingo!

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  17. Por que tem estes filosofos misoginistas? Tenho umas teorias que nao posso escrever aqui, mas no fundo, no fundo, podem ter/ter tido muita coisa na cabeca, falar dificil, estas coisas, mas como pessoas, sao/eram uns pobres coitados. Certamenta sao/ eram mal amados, provavelmente impotentes, tinham tido uma primeira experiencia sexual humilhate, sentimento de inferioridade, e por isto ficaram com medo das mulheres. E alem de tudo terminaram com uma fixacao anal das brabas. Da’ e’ do’.

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  18. INTERESSANTE QUE AINDA HOJE, JÁ TALVEZ SOB O RÓTULO DE DELINQUÊNCIA ACADÊMICA, DEPENDENDO DO PODER QUE DISPÕEM O AUTOR, FALA-SE ALGO E FAZ-SE ALGO COMPLETAMENTE DIFERENTE, COM DIREITO A ATACAR EVENTUAIS OPOSITORES MENOS AFORTUNADOS PELA POSIÇÃO UNIVERSITÁRIA.SHALOM

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    • José,

      obrigado por ler e comentar o blog.
      Vc contribuirá mais ainda com os leitores e autor do blog se for mais claro em seu comentário, aprofundar mais o que anuncia e, como afirma o dito popular, “dar nome aos bois”.

      Abraços e ótimo final de semana,

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      • Olá Prof. Ozaí

        Bem-vinda esta discussão,porque ainda há muitos homens e mulheres mal informados, necessitam conhecer os discursos fúteis, estereotipados sobre o feminino, que são os frutos podres criados, digo, forjados por um universo machista/ capitalista há séculos sustentado e perpetuado por eles também. Parabéns!
        Grande abraço.
        Ilzat

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