Vale a pena polemizar?

Tento me colocar no lugar do leitor que comenta os textos publicados no blog e fica sem resposta. Imagino que deve ser decepcionante. Peço desculpas ao leitor, mas também a compreensão. Outro dia, o meu amigo Walterego me chamava a atenção para este aspecto e insinuou que é desrespeitoso. Tentei justificar e notei que sempre leio todos os comentários. Sou grato aos que tomam o seu precioso tempo para ler e comentar, que contribuem para a minha reflexão. O Walterego irritou-se quando frisei que polêmicas são inúteis! Então, polemizou-se a polêmica. Calei e deixei-o falar. Não queria atiçar o fogo, mas isto pareceu ainda mais irritante ao meu amigo. Não obstante, a amizade prevaleceu! Amigos não se deixam abalar por discussões, por mais acirradas que sejam!

Fiquei a pensar sobre os argumentos do Walterego. A relação com o outro pressupõe respeito, diálogo e atitude ética, aspectos nem sempre observados na polêmica. Esta nega o diálogo, pois se trata de quem tem razão. No fundo, é uma questão de força, de fazer valer a “sua verdade”, a “sua opinião”, não importa quais os procedimentos. Portanto, concordo com Foucault que:

“No jogo sério das perguntas e respostas, no trabalho de elucidação recíproco, os direitos de cada um são de qualquer forma imanentes à discussão. Eles decorrem apenas da situação de diálogo. Aquele que questiona nada mais faz do que usar um direito que lhe é dado: não ter certeza, perceber uma contradição, ter necessidade de uma informação suplementar, defender diferentes postulados, apontar um erro de raciocínio. Quanto àquele que responde, ele tampouco dispõe de um direito a mais em relação à própria discussão: ele está ligado, pela lógica do seu próprio discurso, ao que disse previamente e, pela aceitação do diálogo, ao questionamento do outro” (225). *

A polêmica tende a suplantar o diálogo:

“O polemista prossegue investido dos privilégios que detém antecipadamente, e que nunca aceita recolocar em questão. Possui por princípio, os direitos que o autorizam à guerra e que fazem dessa luta um empreendimento justo; não tem diante dele um parceiro na busca da verdade, mas um adversário, um inimigo que está enganado, que é perigoso e cuja própria existência constitui uma ameaça. O jogo para ele não consiste, portanto, em reconhecê-lo como sujeito com direito à palavra, mas em anulá-lo como interlocutor de qualquer diálogo possível, e seu objetivo final não será se aproximar tanto quanto possível de uma difícil verdade, mas fazer triunfar a justa causa da qual ele é, desde o início, o portador manifesto. O polemista se sustenta em uma legitimidade da qual seu adversário, por definição, está excluído” (225-226).

A polêmica é uma “figura parasitária da discussão e obstáculo à busca da verdade”. Ela “define alianças, recruta partidários, produz a coalizão de interesses ou opiniões, representa um partido; faz do outro um inimigo portador de interesses opostos contra o qual é preciso lutar até o momento em que, vencido, ele nada mais terá a fazer senão se submeter ou desaparecer” (226).

Se o tema é polêmico, o melhor é simplesmente respeitar o que o outro pensa! É ingênuo supor que o polemista está disposto a abrir mão das certezas absolutas e dialogar. Muito pelo contrário, o objetivo é destruir o argumento do outro – no contexto ditatorial objetiva-se anular a liberdade de expressão e/ou eliminar fisicamente o outro.

Não escrevo para fazer cabeça ou converter. Não quero impor a verdade, nem conquistar seguidores. Estou aberto a dialogar e aprender. O melhor critério da verdade ainda é a prática. Na medida em que a polêmica delimita trincheiras instransponíveis e anula o diálogo, não vale a pena polemizar!

 


* As referências são de “POLÊMICA, POLÍTICA E PROBLEMATIZAÇÕES (1984)”, in FOUCAULT, Michel. Ética, Sexualidade, Política. Organização e seleção de textos, Manoel Barros da Mota. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. (Ditos e escritos; V). O número entre parênteses indica a página.

42 comentários sobre “Vale a pena polemizar?

  1. Meu Deus que texto incrível! Eu tenho um pensamento parecido, vejo na internet as pessoas discutindo por assuntos banais, envolvendo política, copa do mundo, mundiais de clubes, direitos e deveres…
    Parabéns! Vou compartilhar.

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  2. o grande problema da polemica, é quando o outro já acha que esta certo.
    então não existe a possibilidade de dialogo

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  3. Que pena que você não responde. Sim! Não ter respostas é muito frustrante…
    No entanto, vou superar porque te achei show de bola!

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  4. Seria a polêmica um uso refinado da força, como a política que se faz sublimação da guerra? Provavelmente palavras firmes substituam socos bem dados….rs… Não consigo vê-la como inerte ou necessariamente improdutiva, polêmicas devem ter alguma função, creio que alguns rompimentos se fazem através de polêmicas, a medida que alguém defende uma idéia “contra a maré”, e isso não se faz, senão, com unhas e dentes… mas como disse, “creio”, é só uma crença pessoal…

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  5. Rossana Floriano, muito obrigado.
    Tuas palavras me incentivam no sentido de eu me esmerar nas minhas idéias e caprichar quando registrá-las, em outras palavras, na minha idade eu preciso dizer o que penso, evidentemente cuidando muito a linha tênue que separa a sinceridade do atrevimento.
    Neste particular, o nível das pessoas que postam seus comentários neste democrático espaço, é muito elevado, e eu não posso e nem tenho o direito de maculá-lo.
    Um forte abraço, minha cara.
    Toda a felicidade deste e do outro mundo para ti e os teus.

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  6. AO FRANCISCO BENDL

    Ô, Francisco, que resposta mais afetuosa você deu ao comentário que escrevi. Obrigado, índio velho!
    Vou lhe contar uma experiência que tive, um estado alterado de consciência: de fato, uma experiência religiosa, embora eu ande muito longe das religiões, que dessa cachaça eu não bebo. Aconteceu que, certa manhã, a mais bela e a mais orvalhada, assim como a manhã gaúcha do outono, quando os dias nascem com um azul berrante e uma temperatura que nos mantém muito dentro de nós mesmos, eu, acordado, senti todo o meu corpo crescer, até ficar do tamanho do planeta! E minha imaginação, desse momento em diante, fez com que eu sentisse, nesse corpo planetário, toda a sensação humana, todo o desespero e todo o êxtase (dou-lhe minha palavra de que escrevo isto com todo o pudor em relação ao sofrimento indizível que grassa pelo mundo), e tive a certeza, a certa altura, de que a humanidade se aprontava para desabrochar como uma flor, e vi — não sei dizer bem o que vi — uma beleza que nunca serei capaz de exprimir por palavras, sem nada de sentimental, talvez semelhante à beleza que se vê num maquinismo muito bem construído, muito delicada e muito austera, e essa beleza promanava das relações comuns entre as pessoas, em outra situação, com liberdade e fartura para quantos seres humanos existem e vierem a existir sobre a Terra.
    Retornei ao estado normal muito contrariado por me deparar com algumas das minhas relações atuais, sobretudo familiares e políticas, tão machucadas e tão deterioradas, e me senti um traidor daquela beleza que desejei ver e vi em minha pequena loucura. Eis aí o inferno dos nossos sentimentos, inferior em relevância apenas ao inferno real dos famintos, desabrigados, violentados, enfermos graves, escravizados pela ignorância ou pela criminalidade, toda a humanidade esmagada pelo rancor, pela brutalidade e pela indiferença.
    Só nos resta viver, trabalhar bem, em prol da sociedade em todas as coisas que fazemos, de maneira que tenhamos até mesmo o direito de desejar criar a dignidade humana onde a dignidade humana não existe ou existe de modo adulterado, em primeiro lugar para nós mesmos, a despeito de todas as nossas contradições.

    Esse dia foi de fundamental importância para que eu me decidisse a pôr a minha formação técnica a serviço do Ensino Técnico em minha cidade, e, num segundo momento, a serviço da Escola Pública municipal, com as crianças e os pré-adolescentes, carne da minha carne e formosura dos meus olhos.

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    • Sou extremamente agradecido pela narrativa deste dia tão importante para ti, Eduardo, e decisão (sábia) tomada.
      Como eu não tive esta bênção em ser professor (a minha mulher, sim), quando eu me casei aos 20 anos (sou casado há 41, com a mesma mulher!), tivemos três filhos, todos homens.
      O mais velho é médico; o do meio formado em Contábeis e, o mais moço, em Administração, ênfase em Análise de Sistemas.
      Minha esposa é formada em Pedagogia, com Pós-Graduação em Supervisão Escolar. Ora, diante de tanta intelectualidade alguém tinha de aplaudi-los!
      Eu não fiz faculdade alguma, repito.
      Mas quando eu estava de olho naquela que seria a minha esposa, um belo dia nós dois caminhando em direção à praia (uma cidade litorãnea do RS), eu disse-lhe que o futuro que a aguardava era se casar e ter três filhos, todos homens.
      Juro pelo que há de mais sagrado no que estou dizendo.
      Casamo-nos em seguida, e tivemos os filhos que eu havia dito naquela tarde em direção á praia.
      Minha missão foi sustentá-los, educá-los e formá-los.
      Na medida do possível, servir de exemplo.
      Hoje, avô, com duas netas e um neto a caminho, faço uma retrospectiva da vida e vejo que fui agraciado com a realização da família, com os filhos bem, com netos saudáveis e a minha mulher ao meu lado ainda.
      Ano passado eu terminei o ensino médio!
      Estou me possibilitando buscar informações, crescer mental e intelectualmente;
      os senhores estão me mostrando que o ensino é decisivo às pretensões de quem quiser ter uma idéia do mundo e das pessoas.
      Eu posso ter uma referência, mas o estudo dá forma, traz conteúdo, segurança.
      Por essas e outras que faço questão em parrticipar deste blog, e por saber que não serei execrado em praça pública, mas compreendido.
      Assim eu vou observando, lendo, meditando.
      E, desta forma, ainda ser mencionado positivamente como tu fizeste e também a Rossana Floriano, que eu agradeci penhoradamente.
      Muito obrigado.

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      • Mas, hombre!
        Vou aqui escrever alguma coisinha e não admito que discordes de mim. Assim, lendo o que escreves, sou levado a me sentir muito inferior a ti, e que bonita esta sensação, e que gostosa ela é, e quão confortável para mim. Te juro pelo que há de mais sagrado, assim como juraste faz pouco, que, torno a jurar com simplicidade, homem que entra no meu coração assim apenas pelo que escreve mediante um canal de internet é da maior raridade. Pela alma do meu velho pai que está no grande galpãp do céu capando anjo para fazer linguiça, como dizia o Analista de Bajé, tu dizes e eu digo que o que há de relevante a todo momento é sustentar o melhor da vida contra o pior da vida, comos as crianças sabem e os homens, quando muito, endossam.

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  7. Preclaro Ozaí

    A história foi construída com diálogo ou com polêmica (entendia aqui como sinônimo de conflito, luta, combate), se prevalecer o diálogo Heráclito e Paulo Freire teriam errado, pois para o primeiro, o conflito é a mãe das ações humanas, e para o segundo, diálogo se dá entre amigos, já que entre antagônicas o que se dá é a luta, o confronto.
    No mais, suas palavras me conduzem à reflexão e dela ao diálogo, pois você não é um antagônico, um inimigo, mas um companheiro de viagem.
    Saudações vermelhas

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  8. Ozaí, caríssimo, Colocar-se no lugar do leitor é algo que nenhum escritor pode descuidar. Contudo, essa ideia pode ressoar repressora, mudando a trilha normal traçada pelo autor. De todo modo…. Abs. Roberto.

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  9. Oi, deixem-me aproveitar para fazer mais um comentário, oportuno do ponto de vista político, que me veio à cabeça lendo este texto do Ozaí. Eu me lembro de uma polêmica famosa, deformada e abortada, no bojo do assim chamado stalinismo (sou da opinião de que nunca existiu o “stalinismo”), envolvendo um pseudocientista chamado Lissenko, puxa-saco de primeira grandeza e mestre na arte de trair os companheiros, contra o grande cientista soviético Nikolai Vavílov, geneticista, um dos espíritos mais democráticos da URSS, e que se recusou, num primeiro momento, a polemizar com Lissenko quando este apareceu, por uma questão de fraternidade entre os homens, e porque Lissenko era jovem, e os jovens, dizia Vavílov, devem ser estimulados a falar sem obstáculos, inclusive quando muito errados, para se habituarem ao erro. Ocorreu que esse Lissenko caiu nas graças de um Stalin cada vez mais unilateral e cada vez mais apressado, denunciando a genética como um desvio burguês, coisa da ideologia reacionária, de maneira que Vavílov fosse preso e assassinado pela GPU em 1943. Pois quanto a Vavílov e sua genética, empregada hoje no mundo inteiro, a controvérsia não apenas era suspeita, mas proibida, e punida com trabalhos forçados ou com a morte. Lissenko prevaleceu, e as consequencias disso foram um desastre para a agricultura soviética até uma boa metade da década de 60. Nós, da esquerda, de todos os ramos da esquerda, temos muito o que pensar a respeito.

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  10. Olá, Antonio Ozaí.

    Não sei se estes são o momento e o “local” apropriados, mas, por falar em polêmica, eu gostaria de lhe dizer alguma coisa. Durante as eleições presidenciais, houve um tremendo debate sobre votar em Plínio no primeiro turno e Dilma do segundo turno aqui no teu blog. Gostaria de dizer que eu defendia, àquela altura, o voto nulo ou o não comparecimento às urnas, e revi totalmente essa posição recentemente (isto é, votaria em Plínio e Dilma se as eleições fossem de agora para frente), e certamente a teria revisto naquele momento se avaliasse as ideias dos antagonistas com mais tempo e menos “inimizade”. Eu venho procurando me educar melhor até mesmo para participar da controvéria política, porque podemos incorrer nuns desvios de vaidade pessoal até muito desabonadores, como escreveu lá atrás a Luciana Grandini. Por outro lado, nós deveríamos cuidar para que sempre a nossa participação na polêmica fosse mais racional e menos emocional, o que requer uma dose de paciência e uma dose de maturidade. E mais: devemos ter o cuidado de nunca incorrer em falácias, como a de procurar desqualificar o interlocutor quando o que está em questão é um determinado assunto e não uma determinada pessoa, e podemos cometer esse erro sem que o percebamos. E também devemos ter alguma serenidade, para não ofender os demais (AMIGOS, NA MAIORIA DAS VEZES!) e, principalmente, não cair nas armadilhas dos que agem de má fé, sejam de direita ou de esquerda, e o oportunismo de esquerda é sempre uma impostura e uma traição.

    Gostaria de recomendar aos presentes um texto maravilhoso sobre este assunto, principalmente sobre falácias, “A arte refinada de detectar mentiras”, capítulo do livro do russo-americano Carl Sagan, “O mundo assombrado pelos demônios”.

    Quanto ao mais, estamos todos aprendendo, a ser gente inclusive.

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  11. Sim.
    A polêmica pode trazer à tona assuntos desconhecidos por muitos ou gerar curiosidade em se aprofundar em determinado assunto.

    Claro que existem pessoas que só gostam de ver o circo pegar fogo, mas devemos valorizar as pessoas que buscam o conhecimento e são sinceras em suas opiniões.

    Na minha opinião o debate é positivo e saudável.

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  12. Oi professor, boa tarde.

    Realmente vc acha que todo polemista defende uma verdade absoluta?

    Meu curso(Serviço Social) lida com polêmicas diariamente… e debates são inevitáveis… mas não tenho certeza de quase nada, muito menos “as absolutas”…
    “Entro nas polêmicas” na perspectiva de mostrar o outro lado de uma mesma questão, observando sempre o respeito e a educação…(até pq ñ o sei fazer de outra forma).

    Aprecio suas postagens!!
    Um bom domingo!!!

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  13. Prezado professor. Acredito que a polêmica é o resultado da equação das idéias opostas. Desde a universidade sempre procurei ser polêmico, no sentido de questionar o modelo existente, com argumentos inteligentes, fortalecendo a oposição. Talvez a marginalização dos polêmicos seja uma afronta ao direito de expressão.

    Flavio
    Engenheiro eletricista(UTFPR), Gestão de Empresa Pública(FGV).

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  14. Eu não gosto de discussões nem polêmicas, mas não me furto de participar quando julgo apropriado, procedente, seja para defender o meu ponto de vista seja para trazer o assunto ao tema proposto.
    No entanto, observo que, invariavelmente, a tendência é fugir do estipulado, mudar o rumo da questão, principalmente quando se tratar de uma temática que tiver envolvimento com política, religião, preconceito e racismo, mesmo que à distância.
    Outro pecado que normalmente se comete é a generalização.
    Toma-se por base a opinião de alguém e se quer que ele sirva para um povo, país ou movimento, um erro imperdoável.
    Mas os ânimos tendem a se acirrar nas discussões, e isto é próprio de quem tem pensamentos, idéias e conceitos angariados através dos livros, de estudos e de experiências pessoais, nem sempre com todos esses requisitos , às vezes somente com a conhecida “escola da vida”.
    Penso que a pessoa se sente apta para emitir o que acha, o que entende, enfim, quer participar e colocar à disposição a sua interpretação, independente de sua escolarização, formação acadêmica e intelectual.
    Acredito que seja salutar tomarmos conhecimento da maior quantidade possível do que existe de contraditório, de diferente do que imaginamos.
    Ou para ratificarmos nossos pensamentos ou para retificarmos o que havia de confuso ou errado com eles, aprimorando as nossas compreensões desta forma.
    Mas detesto mesmo é a ofensa pessoal, a que tenta desqualificar o debatedor, aquela que tenta humilhá-lo pelo menor conhecimento estampado pela maneira como escreve, acentuando seus erros de português, como se isso fosse impeditivo para que o assunto seguisse em diante.
    Eu mesmo não deveria estar participando deste blog, dirigido a professores e intelectuais, formadores de opinião, mas aproveito para dar o meu “pitaco” haja vista que a característica deste espaço é a democracia, o livre pensar.
    Assim, quando leio os comentários de pessoas abalizadas, eu estou aprendendo, me corrigindo, aperfeiçoando meus parcos conhecimentos sobre qualquer tema postado, mas eu quero e sinto falta desta participação, ela é importante, mesmo que leiam as bobagens que escrevo e me critiquem aberta e contundentemente, não importa, pois uma vez exposto o pensamento ele está á mercê ou de apoio ou rejeição.
    Claro, vale a coerência, a idéia concatenada, um mínimo de raciocínio.
    Confesso de público que aprendi e continuo ainda nesta fase de aprendizado comentando os temas que este blog propõe, que são interessantes e desafiam os “comentaristas” a escreverem o que pensam, com ou sem polêmica.

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    • Vou discordar um pouco do compadre. Pelo menos eu não vi nenhuma bobagem no que você escreveu, e, de qualquer maneira, formadores de opinião somos todos nós, porque estamos encarregados de formar em peimeiro lugar a nossa própria opinião. E, se alguém, quanto a um determinado assunto, vier nos desqualificar porque não temos credenciais acadêmicas (pelo menos eu não tenho nenhuma), devemos estar cientes de que essa pessoa estará assumindo uma postura falaciosa. O que está em quastão não são nossas credenciais, mas o assunto em si. Argumentos de autoridade não têm valor.
      Quanto ao nosso aprendizado. Olha, existe às vezes alguma coisa dolorosa quanto a este ponto, se somos muito emocionais. Às vezes temos a certeza de estarmos absolutamente certos quanto a um ponto, e, depois, a nossa certeza vai-se pelo vão dos dedos. Nesse momento devemos ser muito racionais e muito pouco emocionais, inclusive para que não nos sintamos demasiado decepcionados conosco. Para mim, um repertório maravilhoso que existe em nosso auxílio é o do pensamento científico, porque o empreendimento científico está baseado sobre a refutação, a correção e a prova, sem espaço e mesmo sem tempo para os melindres que às vezes podemos amargar. Todos podem funcionar assim, mesmo sem pertencer a alguma comunidade científica.

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      • Eduardo Vianna, obrigado pela compreensão.
        Não conheço outro blog mais interessante que este, a começar pelas pessoas que dele participam.
        Tenho aprendido muito, mas eu jamais vou chegar ao nível dos que comentam neste espaço.
        Aos 62 anos, e sem ter feito faculdade alguma, falta-me aquele lustro que a formação acadêmica possibilita.
        Mesmo assim, acredito qiue a minha humilde opinião devo registrar, haja vista que é um mero parecer de alguém experiente e que pode colaborar com o seu pensamento a respeito de um ou outro tema colocado para debate.
        Mas são pessoas com este dom, Eduardo, de entender as demais que tu demonstras, que os debates poderão até ocorrer, mas sem polêmica, desrespeito ou desqualificações do oponente.
        Sinto-me honrado em participar e ser mencionado em teu comentário.

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      • Francisco, sua sabedoria é da vida e ela é respeitável. Não são todos que têm essa lucidez e facilidade de “prosa”. Regozijo-me com vc. Um abraço! Rossana.

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  15. Olá Prof. Ozaí,

    Belo texto, infelizmente o que vemos pelos Blogs da Internet são polêmicas sem fundamento algum, pessoas irresponsáveis que se apropriam de uma “verdade”, dão um “google”, sem considerar as diferentes áreas de pesquisa e conhecimentos já desenvolvidos sobre a “polêmica” em questão. Penso que a polêmica deveria ser utilizada de forma saudável , fundamentada em alguns aspectos importantes como no respeito ao conhecimento do outro, ou seja de sua caminhada história, bagagem cultural etc, mas sempre deverá ser um espaço de troca, reflexão para que ambas as partes possam juntas ressignificar conhecimentos, e não uma batalha de vaidades (egos). Se a intenção é polemizar, ao menos que o faça com inteligência, humildade, e respeito. O conhecimento deverá ser uma luz para que possamos nos guiar na eterna busca de nos melhorarmos enquanto seres humanos, e não o inverso. Como diria Lacan: “A verdade é uma inverdade do sujeito”. Faz parte do senso comum as pessoas perceberem e lançarem polêmicas com exagerada carga emocional (pessoalidade), falta de informação ou mesmo por pura irresponsabilidade intelectual.
    Grande abraço.

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  16. Genial isso. É exatamente assim que me sinto, frente a tantos assuntos que nos inundam diariamente e que se tornam polêmicos se assim permitirmos.
    Nem sempre consigo ler seu posts, regularmente, mas tenho uma pastinha especial para catalogá-los.
    Peço licença para socializar esse post no FB.
    Um abraço.
    Rossana.
    Grupo EPPEO.

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  17. Antonio
    Muito bom dia
    Particularmente desconheço outros blogs – espaços eletrônicos na WEB – qual o teu, que propiciem o debate e/ou a simples troca de idéias. A falha nesse caso é minha.
    O pouco que conheço de teu trabalho indica que tens uma boa aceitação nas redes sociais, em debates presenciais, convites para palestras e similares, o que, em tese, demonstra que estás em boa senda, a qual obviamente auxilia a outros no refletir.
    Existem temas (nas várias postagens) os quais infelizmente desconheço e pelo menos nesse momento não tenho como acessar (apropriar-me sobre o tema proposto), o que não os torna menores, somente que ao leigo resta calar-se e no mínimo dar-se conta, quão amplo é campus do conhecimento.
    No que tange ao estabelecimento de pontes (acho que é uma das propostas de teu trabalho) louvo tua ação, pois observo que vens logrando êxito, o que a meu ver despartidariza as idéias, pois são tratadas na e sob a ótica da construção do diálogo.
    Fica a sugestão somente que prossigas, talvez com isso consigamos incluir mais pessoas na discussão de todo o tipo de tema, idéias e propostas, o que em tese nos possibilitaria agregar para ações objetivas no seio da sociedade.
    Cordialmente
    Pedro Vanzin Filho
    Caxias do Sul/RS

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  18. Acompanho as publicações há tempos e mesmo sem ter feito nenhum comentário anteriormente valorizo muito o espaço que se criou aqui para a reflexão de alguns temas. Considerando as experiências que acumulei posso somar a favor dos argumentos que o Prof. Ozaí apresenta, pois invariavelmente as polêmicas seguem por esse caminho de disputa, tanto que o assunto em questão pode até acabar esvaziado de sentido enquanto as personalidades em disputa crescem no cenário social. Quando faço algum comentário nos fóruns não fico esperando uma resposta para afirmar ou negar minha opinião. E quem o faz não estaria alimentando uma vaidade pessoal?

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  19. Caro Professor Ozaí: nunca foi decepcionante a falta de resposta aos comentários sobre textos de opinião publicados no blog ou facebook. Aliás, já sentia que havia um motivo que conduzia a isso, uma vez que é de seu feitio SEMPRE responder aos e-mails e mensagens enviadas por nós. E esse ‘post’ esclarece com minúcias os motivos da ilusória omissão, mas que na realidade representa uma ação ou um modo de se estabelecer o diálogo conosco.

    Abraços
    Humberto

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  20. Amei o seu texto. Como sempre, você se faz coerente em suas ideias.

    É um prazer receber a sua revista com artigos tão interessantes e diversificados.

    Sempre a divulgo entre os professores, amigos e alunos, pois tudo o que divulga sempre é pertinente, pois são ideias bem trabalhadas.

    Concordo com você: polêmicas são uteis, apenas quando levam a algum lugar… no mais, é simples competição por prevalecencia de pontos de vista.

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  21. Você esta cada vez mais sabio, professor!
    Machado de Assis, que na juventude polemizou tanto quanto qualquer outro brasileiro empenhado em organizar e imaginar um futuro para o Brasil, declarou na maturidade o seu célebre “tédio à controversia”. Traduzindo em prosaico: ele também achava que bate-boca é um saco .
    E politico que briga na telinha e nao deixa os outros falarem, deveria poder ver o numero de televisores que se apagam ou de mudança de canal, quando todos falam ao mesmo tempo.
    Abraço.

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  22. Amado, os polemicos são visionários. Na maioria das vzs vale sim abrir ou levantar uma polêmica, faz parte da dinamica do raciocínio lógico. Temas que não podemos abrir polêmica como a Fé, Deus, esses são dogmas. O homem é uma polêmica incabada em busca das razões de sua própria existência. Já um tema de cunho religioso, como “pecado e pecar”, vale todas as polêmicas que o raciocinio humano permte. Uma polêmica sobre o valor do casamento, são novas experiencias e descobertas. Tem pessoas que se perdem diante de temas polemicos, perdem a razão e passa a agredir, como se a verdade tivesse uma cor específica. Um boa polêmica é como um bom vinho, nada mais a revelar. HALLELUJAH.

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  23. Há 2 dias publiquei um blog onde pretendo provocar o debate sobre livros, o que acho difícil. Quando li a matéria fui correndo ver se eu tinha utilizado “polêmica” que eu acreditava ser sinônimo de “debate”. Não foi preciso corrigir – no blog eu peço o debate por pura sorte. Aproveito para pedir que me visite: http://www.criticaleitor.com.br

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  24. Acabo de publicar um blog onde pretendo provocar debates sobre livros, o que acho difícil. Adoraria conseguir provocar o debate que eu pensava ser sinônimo de polêmica. Quando li a matéria fui correndo acessar o blog para, se fosse o caso, corrigir. Não foi preciso. Aproveito para pedir que me visite.

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