300 mil

O blog ultrapassou os 300 mil acessos – sem considerar os 5.852 seguidores que recebem as atualizações. Considerando o perfil do blog, o fato de a publicação ser, geralmente, semanal, e a inexistência de qualquer outro atrativo, é de alegrar o autor. O amigo Walterego, em tom bem-humorado, sugeriu o oferecimento de espaço publicitário! Não seria rentável e comprometeria o blog. Não há ganho maior do que a leitura e os comentários. A maior alegria de quem escreve e saber-se lido.

300 mil acessos não significam necessariamente 300 mil leitores. A overdose de sites, blogs, etc., tem o efeito colateral da pressa, do clique que visualiza mas não se detém na leitura do conteúdo. Há excesso de informação e possibilidades. O acessar indica o interesse despertado, mas não que o internauta seja um leitor. É uma possibilidade! Mas é lícito imaginar que boa parte dos que acessam lêem. A marca de 7.244 seguidores, no momento, indica uma certa permanência.

Em especial, a quantidade dos que comentam é um indicativo importante, além da qualidade dos leitores. Nem sempre é possível responder a todos e isto pode frustrar quem espera retorno. Peço desculpas e a compreensão! Contudo, ainda que não responda, sempre leio com atenção e dedicação. Sou grato aos que comentam, pois instigam a reflexão – mesmo quando a crítica é descabida e as vezes passa a impressão de que o texto foi lido apressadamente; sem contar os momentos em que o autor é criticado pelo que não promete, pois não se leva em conta o perfil e as restrições inerentes ao espaço. Escrever é se expor publicamente. Então, devemos aceitar o ônus, mesmo quando injusto.[1]

Por outro lado, embora muitas vezes a escrita provoque polêmicas, resisto a nutri-las. Em geral, leio, reflito e aprendo com o argumento. Exercito a paciência e aceito o direito de divergir. A divergência é pedagógica. Porém, como afirmei em outro momento, não escrevo para fazer cabeça ou converter. Não quero impor a verdade, nem conquistar seguidores – é suficiente que sigam o blog e o twitter. Estou aberto a dialogar e aprender. Na medida em que a polêmica delimita trincheiras instransponíveis e anula o diálogo, não vale a pena polemizar![2] Talvez esta postura frustre um ou outro leitor que, inclusive, deixe de acompanhar o blog. Paciência! Preferia tê-lo como crítico contundente, mas compreendo e respeito!

300 mil acessos é um marco a ser comemorado. Afinal, quem escreve almeja leitores. Ser lido amplia a responsabilidade do escritor, especialmente se consegue cativar o leitor. Escrever é também uma forma de conversar, de afirmar a existência e aproximar-se do humano. Para além dos elogios e das críticas dos leitores, fica a certeza de que não estamos sós. Escrever é um exercício de resistência à solidão, ainda que o eu envaidecido imagine-se livre de condicionamentos sociais e inatingível. O melhor espelho é o outro, sós tendemos ao auto-engodo. Por isso, renovo aqui o agradecimento dirigido aos leitores em outras oportunidades:

O leitor, portanto, é alguém muito especial. Quando lemos um texto, estamos priorizando-o em meio aos muitos que não nos conquistam, que não nos interessam. O autor deve alegrar-se e sentir-se grato aos leitores que dedicam parte importante das suas vidas para lê-lo. Considerando-se a quantidade de textos disponibilizados e a facilidade de acesso, o autor deve cultivar com muito carinho a relação com os leitores, ainda que eles sejam, como dizia alguém em tom irônico, reduzidos a menos de meia dúzia. Ele deve agradecer até mesmo ao crítico, mesmo que se considere injustiçado, pelo simples fato deste ter se ocupado com o seu texto. O autor, seja quem for, deve agradecer à sua excelência o(a) leitor(a).[3]

Muito obrigado. Permaneço aberto às críticas e sugestões!

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[1] Sugiro a leitura de Sobre o elogio, a crítica e a polêmica, publicado em 22/09/2012.

[2] Ler Vale a pena polemizar?, publicado em 15/10/2011.

[3] Ler Vossa Excelência, o(a) leitor(a), publicado em 22/03/2008; e, Agradecimento aos leitores!, de 24/09/2012.